O LUGAR SOCIAL DE FALA DE LOBATO E A CULTURA CAIPIRA

Autores

  • Luzimar Goulart Gouvêa UNITAU/Professor do Departamento de Ciências Sociais e Letras

DOI:

https://doi.org/10.32813/2179-1120.2022.v15.n2.a893

Palavras-chave:

Monteiro Lobato, Cultura caipira, Urupês, Memória discursiva, Imaginário

Resumo

O presente texto tem como tema o lugar social de fala de Monteiro Lobato e as relações desse lugar de fala com a cultura caipira. Como perguntas norteadoras, temos: Monteiro Lobato compreende o lugar de fala do caipira e reflete, no seu discurso, essa compreensão? Este trabalho se justifica por ajudar a construir uma reflexão acerca do discurso de Lobato que incide sobre o homem da cultura caipira. Os objetivos que aqui se perseguem são: a) identificar alguns discursos atinentes à cultura caipira e b) traçar um percurso do discurso de Lobato acerca dessa cultura. Como embasamento teórico, tem-se aquilo que nos esclarecem Candido (1978; 1987), Gomes (1980), Gouvêa (2013), entre outros. A metodologia empregada será a da pesquisa bibliográfica, de cunho qualitativo. Como resultados, tem-se que Lobato, inicialmente, não enxerga o homem caipira, estabelecendo contra ele um discurso preconceituoso, negando-lhe as formas de economia e de cultura. Paulatinamente, Lobato constrói uma visão dessa cultura de maneira mais justa, embora o imaginário dela tenha para sempre ficado marcado por seus preconceitos iniciais.

Metrics

Carregando Métricas ...

Referências

BOSI, Alfredo. “Cultura e culturas brasileiras”. In: Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 308-345.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Os caipiras de São Paulo. São Paulo: Brasiliense, 1983.

CANDIDO, Antonio. Os parceiros do Rio Bonito. São Paulo: Duas cidades: 1987.

FRANCO, Maria Sylvia de carvalho. Homens livres na ordem escravocrata. São Paulo: Instituto de Estudos Brasileiros, 1969.

FREDERICO, Enid Yatsuda. “O caipira e os outros” In: BOSI, Alfredo (org.). Cultura brasileira – Temas e situações. São Paulo: Ática, 1987.

GOMES, Paulo Emílio Salles. Cinema: trajetória no subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.

GOUVÊA, LUZIMAR GOULART. Monteiro Lobato e Mazzaroppi e o imaginário caipira. Taubaté: Casa cultura, 2013.

LAJOLO, Marisa. Monteiro Lobato – A modernidade do contra. São Paulo: Brasiliense, 1985.

______. “Jeca Tatu em três tempos” in SCHWARZ, Roberto (org.) Os pobres na Literatura Brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1983.

LOBATO, Monteiro. Problema vital. São Paulo: Brasiliense, 1951.

______. Urupês. São Paulo: Brasiliense, 1992.

______. Zé Brasil. Rio de Janeiro: Editorial Vitória Régia, 1947.

MEMMI, Albert. Retrato do colonizado precedido pelo retrato do colonizador. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.

NAXARA, Márcia Regina Capelari. Estrangeiro em sua própria terra – representações do trabalhador nacional – 1870 a 1920. Dissertação de mestrado – Departamento de história, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas – Unicamp, 1991.

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

SKIDMORE, Thomas S. Black into white – Race and nationality in brazilian tought (trad. de Antonio Alves de Lima Neto). New York: Oxford University Press, 1974.

Downloads

Publicado

2022-07-05

Como Citar

Goulart Gouvêa, L. (2022). O LUGAR SOCIAL DE FALA DE LOBATO E A CULTURA CAIPIRA. Revista Ciências Humanas, 15(2). https://doi.org/10.32813/2179-1120.2022.v15.n2.a893

Edição

v. 15 n. 2 (2022): DOSSIÊ MONTEIRO LOBATO - VOZES LOBATIANAS EM DIÁLOGO: possibilidades e desafios de estudar Monteiro Lobato

Seção

Artigo Original

Licença

Copyright (c) 2022 Revista Ciências Humanas

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

As publicações da Revista Ciências Humanas estão registradas sob a licença Creative Commons Attribution CC-BY.

1. Os conteúdos dos trabalhos são de exclusiva responsabilidade de seu autor.

2. É permitida a reprodução total ou parcial dos trabalhos publicados na Revista, desde que citada a fonte.

3. Ao submeterem seus trabalhos à Revista os autores certificam que os mesmos são de autoria própria e inéditos (não publicados em qualquer meio digital ou impresso).

4. Os direitos autorais dos artigos publicados na Revista são do autor, com direitos de primeira publicação reservados para este periódico.

5. Para fins de divulgação, a Revista poderá replicar os trabalhos publicados nesta revista em outros meios de comunicação como, por exemplo, redes sociais (Facebook, Academia.Edu, etc).

6. A Revista é de acesso público, portanto, os autores que submetem trabalhos concordam que os mesmos são de uso gratuito.

7. Constatando qualquer ilegalidade, fraude, ou outra atitude que coloque em dúvida a lisura da publicação, em especial a prática de plágio, o trabalho estará automaticamente rejeitado.

8. Caso o trabalho já tenha sido publicado, será imediatamente retirado da base da revista, sendo proibida sua posterior citação vinculada a ela e, no número seguinte em que ocorreu a publicação, será comunicado o cancelamento da referida publicação. Em caso de deflagração do procedimento para a retratação do trabalho, os autores serão previamente informados, sendo-lhe garantido o direito à ampla defesa.

9. Os dados pessoais fornecidos pelos autores serão utilizados exclusivamente para os serviços prestados por essa publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros.