O BOLSONARISMO FRENTE À PANDEMIA DE COVID-19

Pulsão suicidária e repressão do luto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.32813/2179-1120.2022.v15.n1.a851

Palavras-chave:

Comunicação política, Judith Butler, Estado suicidário, Covid-19, Bolsonaro

Resumo

Diante dos graves impactos causados pela pandemia da covid-19 no Brasil, o artigo busca elucidar os discursos do bolsonarismo sobre a morte, à luz de dois conceitos fundamentais: a pulsão suicidária e a negação do luto. No intuito de compreender os afetos que guiaram o presidente brasileiro na crise sanitária, exploramos o conceito de Estado suicidário, principalmente a partir das ponderações de Michel Foucault, e seus desenvolvimentos associados à pandemia no Brasil, conforme esmiúça Vladimir Safatle. Além disso, consideramos as ideias de Judith Butler a respeito do luto, a fim de pensar uma negação da vulnerabilidade frente à doença. Os resultados de nossa investigação buscam contribuir com as reflexões sobre como o bolsonarismo, e os fascismos de modo geral, lidam com a morte, e de que maneira, num contexto de crise sanitária e social, suas fantasias implicaram a produção de um morticínio em massa, acompanhado da negação de um luto coletivo.

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Publicado

2022-10-25

Como Citar

Burgos, R., & Santos de Oliveira, L. (2022). O BOLSONARISMO FRENTE À PANDEMIA DE COVID-19: Pulsão suicidária e repressão do luto. Revista Ciências Humanas, 15(1). https://doi.org/10.32813/2179-1120.2022.v15.n1.a851

Edição

Seção

Artigo Original